domingo, 23 de novembro de 2014

ASPECTOS RELEVANTES NA GESTÃO DE PLANOS DE SAUDE EMPRESARIAIS

Estima-se que  do total de planos de saúde no Brasil quase 80% referem-se a planos empresarias, sendo que no máximo, 20% contemplam o usuário individual.

Na realidade não é difícil entender  o motivo pelo qual as operadoras de planos de saúde estão focando no segmento empresarial, pois é fato que quanto maior o volume de beneficiários mais dilui-se o risco, uma vez que o fator de utilização é o fator principal na customização de um plano de saúde. Por outro lado reduz-se o risco da inadimplência.Simplificando : quanto menor o nível de utilização  maior é o equilíbrio da apólice do plano.Na realidade este meu comentário não traz nenhum julgamento critico para as operadoras de plano de saúde, muito pelo contrário, eu defendo uma gestão compartilhada e responsável entre empresas e operadoras , para que o plano tenha perenidade nas empresas . Dentre os benefícios desta gestão compartilhada  podemos destacar:
  •        O aumento da rentabilidade da organização;
  • ·      Maior valorização  por parte dos colaboradores  ;
  • ·      Menor custo para as empresas através do gerenciamento dos objetivos e   da  minimização dos riscos das operadoras de planos de saúde da modalidade    médico-assistencial;
  • ·     Maior conhecimento do perfil de saúde do público interno ;
  • ·     Utilização racional do plano por parte dos colaboradores.


É neste ponto que se faz necessário o envolvimento muito forte da área de RH no acompanhamento da  performance dos planos de saúde, bem como da gestão dos benefícios de uma forma em geral. Entendo ser de fundamental importância que as empresas tenham especialistas acompanhando este subsistema de RH ,a  fim de acompanhar este processo.

Não menos importante é fundamental a  assessoria de um corretor de reputação ilibada , uma vez que todo o plano de saúde deve, obrigatoriamente,ser intermediado junto as operadoras e/ou seguradoras  pela figura do corretor especializado.

Aliado a estes especialista faz-se necessária a implementação de indicadores de desempenho  para  acompanhar esta performance. Segue abaixo sugestões de indicadores que irão ajudar nesta gestão:

1) Número de consultas  per capita  :Avaliar a frequência média de consultas de um beneficiário.

2) Custo médio per capita : Mesma análise do indicador 1 sob o enfoque de custo

3) Curva ABC de exames e procedimentos per capita : Número de exames e procedimentos estratificado por tipo de exame bem como por tipo de moléstia. Este indicador auxilia as empresas a implementarem programas preventivos em qualidade de vida junto aos seus colaboradores.

4) Curva ABC de custo de exames e procedimentos per capita: Mesma análise do indicador 3 sob o enfoque de custo

5) Dias médios de internação: Como este indicador possui impacto significativo no nível de utilização em  função da hotelaria ( ocupação de quartos/leitos  em hospitais) é importante ter-se um indicador para acompanhamento.

6)Custo médio de internação: Mesma análise do indicador 5 sob o enfoque de custo
7 ) Estratificação de doenças moléstias :Verificar as moléstias mais recorrentes per capita e por setor. Pode-se avaliar setores com maior recorrência de moléstias auxiliando na implementação de ações preventivas com relação a melhoria de ambientes de trabalho.

8) Dias de internação em UTI: Naturalmente em função do alto custo desta internação.

A gestão profissionalizada destes indicadores por parte das empresas  permite, além de reduzir eventuais excessos na utilização dos planos de saúde por parte dos colaboradores, contribui para a redução de custos assistenciais  e  melhora o processo de qualidade do atendimento dos mesmos . As informações disponibilizadas pelos indicadores de desempenho, possibilitam implementar iniciativas estratégicas para melhorar os serviços, utilização do plano de forma preventiva, ou seja, de criar a cultura de frequentar os consultórios médicos para cuidar da saúde e não somente quando tiver alguma moléstia de forma objetiva.Resumindo : cuidar da saúde como um bem maior.

22/11/2014


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DO ANALISTA SÊNIOR EM SUA EQUIPE


No trabalho de consultoria que tenho desenvolvido junto às empresas tenho observado que há uma carência da figura  do Analista  de nível sênior .

O fato é que a formação e desenvolvimento deste profissional demanda em média de 04 a 06 anos , sendo que em muito casos,  este tempo é visto como demasiado tanto por parte do profissional quanto por parte da empresa. Em função desta  visão de curto prazo, leva-se à promoções prematuras e perda de capacidade técnica das equipes de trabalho.

Dentre os fatores que limitam o desenvolvimento destes profissionais podemos citar:


1) Dificuldade de retenção dos profissionais: Em virtude da " disputa por profissionais" pelas empresas faz com que as promoções  sejam mais rápidas sem a necessária maturidade do profissional.

2) Maior remuneração  das posições de liderança : A natural busca dos profissionais pela maior remuneração concedida às posições de liderança faz com eles " pressionem" as empresas  a promovê-los ,como forma de mantê-los nas mesmas. Neste caso vale um ditado de mercado : " perde-se um ótimo técnico e ganha-se um mau líder ". Um política de remuneração que contemple a carreira em y pode minimizar ou até mesmo solucionar este problema.

3) Nível de maturidade da liderança : Alguns lideres possuem dificuldade em  lidar com o contraditório , pois estes colaboradores são mais questionadores.Neste caso é relevante a definição dos papéis de cada um, bem como  a prática do feedback deve ser uma rotina.

4) Ser líder é sinônimo de status: A função de Analista, ou seja,a  função de técnico ,é vista com sendo " uma posição menor " com relação a uma posição de liderança . Neste caso a tendência será de promover o Analista Sênior para Coordenador, Supervisor, etc. Uma  política de exposição/ envolvimento  deste profissionais em projetos relevantes para a  empresa pode ser uma ótima estratégia a adotar.

5) Remuneração do Analista Sênior é próxima de um Supervisor/Coordenador ou gestor:  Como  a remuneração é relativamente próxima ,a tendência é a de promover este profissional principalmente em estruturas menores . Desta forma o gestor fica envolvido em questões operacionais em detrimento de questões estratégicas.

6) A Cultura interna recrimina um certo acomodamento: O fato de um profissional decidir por atuar como Analista Sr em detrimento de posições de liderança poder ser visto como um certo acomodamento por parte deste profissional ou até mesmo falta de ambição. O satus quo valoriza quem quer ser líder.Trata-se de um grande equívoco.


O fato é que a  falta destes profissionais nas equipes de trabalho sobrecarrega os lideres,levando-os para uma atuação mais operacional . Desta forma perdem todos , a área perde representatividade por ser mais operacional e a empresa pela falta de profissionais com capacidade critica e de solucionar problemas .

É necessário que a área de Recursos Humanos faça esta análise de estrutura e desenvolva programas de remuneração/benefícios e desenvolvimento voltado para estes profissionais.


Muito obrigado.

Porto Alegre 14  de Novembro de 2014

www.morgansantos.com.br

morganesantosrh@hotmail.com


terça-feira, 4 de novembro de 2014

REMUNERAÇÃO VARIÁVEL PARA ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA


A minha consultoria tem sido demandada por escritórios de advocacia visando  a implementação  de programas de  remuneração baseados em meritocracia ,através da definição de  critérios específicos para a remuneração fixa e  variável.

Sob o ponto de vista empresarial um escritório de advocacia em nada difere de outros segmentos de negócio, portanto deve ser contemplado com um tratamento profissional baseados em indicadores de performance  que proporcionem a sustentabilidade do mesmo.Ao falarmos de sustentabilidade estou referindo-me  a obtenção do lucro como pilar básico para que se alcance os demais objetivos de constituição de uma empresa, quer seja para a  geração de emprego, renda, desenvolvimento econômico da comunidade e região onde a mesma encontra-se instalada , inserção social dentre outros mais.

Programas de remuneração variável para escritórios de advocacia devem contemplar os seguintes aspectos:
1) Indicador base/ou gatilho: Este indicador estabelece um lucro liquido mínimo para que haja uma remuneração esperada para os acionistas e somente a partir deste valor é que o programa passará a pagar a remuneração variável para os demais colaboradores. Na realidade trata-se de um conceito básico de que: " Ninguém dá o que não tem"

2) Remuneração dos sócios: É muito comum a participação de associados em escritórios de advocacia que exercem um papel duplo com relação aos demais colaboradores, pois além de serem acionistas também atuam como advogados. Para este grupo de colaboradores eu sugiro como  KPI ( Key Performance Indicator) um percentual que incide sobre o lucro líquido.

3) Remuneração dos demais colaboradores : Para os demais colaboradores sugiro que a remuneração variável remunere os indicadores do negócio com o critério de remuneração por equipe  e indicadores individuais.Este critério atinge dois objetivos quer seja o de incentivar a contribuição de todos para o negócio e contemplar as diferentes performances individuais. Desta forma estabelece-se um critério de justiça para todos.
Pode-se atribuir pesos para os indicadores do negócio para os individuais. Por exemplo : 60%  e 40%

3.1) Como KPis do negócio sugerimos : Percentual de aumento da receita, total de valores recuperados dos devedores, percentual de clientes novos, número de processo ovos, total de redução de custos fixos,  percentual de processos entregues no prazo, percentual de satisfação dos clientes, etc.

3.2) Como KPis da performance individual sugerimos: Percentual de absenteísmo, percentual de turn over, produtividade , quantidade de processos por advogado, desempenho individual através da avaliação de desempenho, treinamento realizados,número de contratos novos, etc.

A partir da definição dos indicadores deve-se estabelecer as metas que podem ter como ponto de partida as metas obtidas nos últimos 06 meses somando-se  o percentual de acréscimo  a ser atingido para o período.
Importante salientar que as metas e indicadores podem ser estabelecidos anualmente , pois devem estar alinhados as estratégias da empresa para o ano vindouro.

Com o passar do tempo a remuneração variável passar a ser plenamente compreendida por todos os colaboradores gerando uma maior conhecimento do negócio por parte de todos e um a maior compreensão sobre o papel de cada individuo para  a sustentabilidade do negócio.

  Muito obrigado.
04/11/2014